Clubook: WhatsApp muito além de piadas e correntes

Startup sete-lagoana faz curadoria de conteúdo via aplicativo para quem pensa na frente

  A partir da constatação do quão difícil era encontrar conteúdos que realmente propagassem valor, escritos por pessoas legítimas que fazem acontecer dentro das suas esferas, os sócios Jonathan Ramos, de Sete Lagoas, e Lucas Batista, de Porto Alegre, se uniram para criar a startup Clubook. O objetivo do negócio, segundo Jonathan, é entregar de forma rápida, simples e objetiva conteúdos de alto nível e valor agregado. Por isso escolheram o Whatsapp como plataforma ao invés de criarem um aplicativo próprio.

  A estratégia tem dado certo. Em apenas cinco meses de vida, mais de 500 assinantes já passaram pelo Clubook, que tem uma taxa de crescimento mensal de 8,9%, segundo seu criador, com divulgação apenas pelo boca-a-boca. “O Whatsapp é uma ferramenta poderosíssima que desde a sua concepção vem sendo vista apenas como um meio de entretenimento e troca rápida de mensagens. A escolha dela foi feita a partir do viés de que ela já se tornou um hábito na vida das pessoas. Não existe no mundo um aplicativo com o nível de engajamento do Whatsapp. Além de possuir estrutura para suportar os nossos processos, o app já tem o reconhecimento das pessoas e é uma ferramenta básica do dia-a-dia delas”, justifica Jonathan, que diz ser um apaixonado por leitura, principalmente por conteúdos de maior contexto e profundidade dentro do know-how dos negócios, gestão e economia. “Tinha dificuldade de encontrar esses conteúdos em língua portuguesa. Mas o que é escasso aqui dentro, é farto lá fora. Mesmo neste cenário de crise, temos engajado muitas pessoas. Nossa curadoria se expande a níveis cognitivos, diferentemente do modo mecânico que o mercado trabalha, e isso faz toda a diferença”, defende Jonathan.

O que é

  Ele explica que o Clubook é um clube de assinatura de curadoria de conteúdo. “Selecionamos cuidadosamente conteúdos internacionais voltados para empreendedorismo, carreiras, economia e desenvolvimento pessoal. Nossos players preferidos são The New York Times, Harvard Business Review, Forbes, Fortune, Financial Times, dentre vários outros. Nossos assinantes recebem o conteúdo já traduzido, de forma simples e objetiva. Também realizamos a epígrafe de grandes nomes, com intuito de trazer a sabedoria de quem faz e fez bonito pelo mundo.Recomendamos livros, filmes, vídeos e uma ampla imersão cultural, tudo via Whatsapp”. Os novos assinantes recebem dez dias gratuitos de contéudo, bastando apenas informar seu número de Whatsapp para (31) 99528-8076. Apesar de não ter uma plataforma própria e devido às recentes proibições judiciais do Whatsapp, que duraram algumas horas, Jonathan é resiliente. “Como todo negócio, também corremos riscos. Mas já possuímos o esboço de um app que tenha o mesmo poder de distribuição, objetividade e simplicidade que o Whatsapp possui”, revela.

Futuro

  Segundo Jonathan, a startup já passou por diversas mudanças (pivoteamento) e também já foi sondada por investidores logo no início. “Minhas experiências passadas provaram que dinheiro sozinho não sustenta nenhum negócio. Por este motivo, optamos por manter o nosso foco mais na edificação da operação do que em relatórios de crescimento ou planilhas para demonstrar números e faturamentos. Pelo menos naquele início acertamos em optar pela arte, e não pela ciência”, admite. Hoje, com a operação mais madura, os sócios se dizem abertos a potenciais investidores e a participar de processos de aceleração. “Até porque visamos expandir numa velocidade maior o conteúdo pelo Brasil e, posteriormente, testar mercados como Paraguai, Argentina, Coréia do Sul, Israel e China”, anuncia o empreendedor. O Clubook é uma das startups participantes do Santa Helena Valley (SHV), ecossistema de startups de Sete Lagoas que se reúne todas as quintas, às 19h, para realizar pitchs, palestras e trocar informações sobre inovação e empreendedorismo digital.

Para saber mais: www.clubook.com.br

Marcelo Sander